Grande parte da ação cotidiana é formada por hábitos. Segundo pesquisa publicada na revista *Current Directions in Psychological Science*, aproximadamente 45% dos comportamentos diários dos entrevistados se repetiram quase todos os dias.

Evidências de validade para uma medida de estilos de aprendizagem

Aprender é um fenômeno cognitivo complexo por exigir a conexão de uma ampla rede de habilidades neuronais que interagem simultaneamente. Zhang e Sternberg (2005) observam que a aprendizagem, por ser um processo multifacetado, apresenta aspectos que permitem a organização, o armazenamento e a reorganização do conhecimento, indo além, portanto, da noção de ação. Além dos aspectos cognitivos envolvidos, há de se considerar que a característica pessoal de cada indivíduo influencia diretamente a maneira como ele adquire conhecimentos (Felder, 2002; Felder & Spurlin, 2005; Litzinger, Lee, Wise, & Felder, 2007).

No que se refere à terminologia “estilos”, Zhang e Sternberg (2005) esclarecem que o termo é geral. Nesse sentido, é possível encontrar expressões como estilo cognitivo, estilo de manejo de tempo, estilo de tomada de decisão para a resolução de problemas, estilo de aprendizagem, estilo da mente, estilo perceptual, estilo de pensamento, estilo intelectual, entre outros.

Aprender é uma tarefa dinâmica que exige o trabalho em conjunto de diferentes habilidades cognitivas.

O aluno pode ser visto como o aprendiz que apresenta um estilo ou uma preferência para processar, analisar e arquivar a nova informação, tornando-se alguém que participa do próprio processo de aprendizagem. Para tanto, o estudante adotará ações práticas, expressas em preferências, que podem se concretizar antes, durante e após a situação de aprendizagem.

Santos e Mognon (2010) observam que é possível encontrar diferença no estilo de aprender dos alunos, pois alguns são mais auto-orientados a aprender melhor com informações orais, enquanto outros apresentam melhor aproveitamento com informações escritas, e ainda há aqueles que preferem adquirir a informação por meios como a internet. Também há aqueles que focam as condições ambientais, assim, aspectos como barulho, temperatura, luminosidade, entre outros, tornam-se imprescindíveis para que o aprendizado se concretize.

A literatura científica parece indicar que não há um quantum positivo ou negativo para a classificação de estilos de aprendizagem. Ao que parece, determinado estilo não deve ser considerado melhor ou pior que outro, o que deve haver é a promoção do desenvolvimento de diferentes estilos em sala de aula, de modo que não ocorra o favorecimento a estilos de aprender (Santos & Mognon, 2010). Nessa perspectiva, os estilos, além da possibilidade de serem estimulados no ambiente escolar, também podem ser alterados de acordo com fatores contingenciais, como experiências afetivas, condições sociais e ambientais, entre outros (Cardoso, 2007; Oliveira et al., 2016).

Alguns alunos conseguem estudar ouvindo música e outros não, por considerarem que o som atrapalhe. Para os primeiros, aprender e ao mesmo tempo ouvir música pode ser estimulante e favorece o aprendizado. Dessa maneira, destaca-se que um aluno que conhece o próprio estilo de aprendizado pode direcionar sua ação para a obtenção de melhores resultados (Oliveira et al., 2017).

<aside> 💡 Alguns autores consideram que o estudante comprometido com o próprio aprendizado pode avaliar e alterar hábitos inadequados de aprendizagem, ou seja, consegue modificar ou adaptar um estilo, visando otimizar seu aprendizado. Grácio & Rosário (2004) e Stoker & Faria (2012) ampliam a discussão quando mencionam que fatores pessoais podem associar-se a contingências ambientais no momento do estudo. Assim, aspectos como motivação, dedicação, desempenho, entre outros, também fariam a diferença na aquisição do conhecimento. Nesse contexto, o professor exerce papel essencial na mediação da aprendizagem do aluno, pois enquanto promove a facilitação da aquisição do conhecimento, pode orientar o aluno face às exigências de cada conteúdo ou ambiente de estudo. Portanto, se o próprio educador for capaz de avaliar os estilos de aprendizagem de seus alunos, poderá buscar recursos mais eficazes no momento do ensino.

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As condições da atividade/tarefa em si podem ter implicação direta no modo pessoal com que cada sujeito aprende.

Em uma análise mais qualitativa de cada item nos fatores em que se agruparam comparados com a escala original, verificou-se que o primeiro fator da nova configuração da escala reuniu itens do Fator 4 da escala original, referente às condições pessoais, como ‘Prefiro atividades em que eu possa criar coisas novas’ ou ‘Aprendo melhor discutindo a matéria’, bem como do Fator 5 original, relativo a condições da atividade, como ‘Exercícios práticos auxiliam minha aprendizagem’ e ‘Tarefas detalhadas facilitam minha aprendizagem’.

Processos e estilos cognitivos (Miller, 1987);

Teoria do autogoverno mental (Zhang & Sternberg, 2005)


Hábitos que podem ser prejudiciais para o desempenho dos seus estudos.

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